21 de novembro de 2006

Por enquanto, nada


Descrição da imagem: em fundo branco, 
em segundo plano folhas verdes pontiagudas.  
Ao centro, três orquídeas em tons de lilás e roxo.


Por enquanto, nada
(28/09/1987)
Arde a chama do sentimento perdido.
Ao mesmo, tempo chove uma chuva.
Tão fina... quase imperceptível,
vista somente pelos meus olhos tristes.
Olhos que miram, sem perspectiva, o horizonte.


Chove chuva, chove lágrimas, chove mágoas.
Tento mergulhar nela de cabeça
Lavar as angústias, os pensamentos que pesam,
tirar seu cheiro
e extinguir a labareda incessante
que lapida meu coração de pedra
num formato que não desejo.
A isto, chamo amor.



Engulo minhas lágrimas secas,
suavizadas pelas gotas de chuva ácida.
O que me resta, esta sou eu mesma.


Tornei-me tão comum ao tentar me retratar para ti...
Numa eterna guerra interior
fiz um amor mudo, sem palavras.
Eu não falo nada, mas você sabe tudo.


Querendo o teu erro,
traduzo-me em tua língua.
Língua ávida de beijos,
e você nem ao menos saberá.


Espero, ansiosa, o sorriso
que dissolverá a incerteza.
Mas ele não vem.
Nada mais faz sentido: estou sem você.


É o fim do amor?
Oh, não! Eu terei minha chance de sofrer.
É que eu estou em você.
E vou me ludibriar, até que se acabe o amor.
Mas aí eu te darei mais amor.
E tudo começa de onde nem terminou.


Mergulho no teu profundo azul.
E vou acabar me afogando.
A estrela vai se apagando...
Sinto o teu carinho estrangulando
Entrego-me a um momento casual...
E para o que não tem solução,
é proibido chorar.
Faço do meu louco amor
minha única e doce ilusão.


E enquanto canto uma canção desentoada,
chorando minha mágoa, calada,
e pedindo que não me condenes à tua ausência.
Pois eu não sou inteira - a isto chamo solidão.

2 Comentários:

Anônimo disse...

estou encantada com seu magnifico trabalho.
parabens!

Rita Mendonça disse...

Obrigada, meu querido.
Venho me esforçando, rs!

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