9 de novembro de 2006

Indescritível felicidade


Descrição da imagem: ao fundo, céu azul. Do lado esquerdo da foto, pende uma flor rosada.


Indescritível Felicidade

Ei, por incrível que pareça,
eu não sou triste!
Esta é apenas uma maneira efetiva
para vomitar desconfortos
que porventura me invadam
durante o trabalho
no horário comercial.
Até aí, tudo normal.

E por falar em comércio,
a jogada é essa:
transforma-se em negócio rentável
o que se expele pelos dedos.
Em vez de socos, palavras.
Palavras indesejadas - as de absinto.
Afinal, nada pode ser em vão,
e até as desgraças têm uma razão.

Após um dia cansativo de trabalho,
Nada melhor que expelir com ímpeto
a fadiga em forma de poema.
Respeite-se a rima,
já que trabalho é coisa séria.

Amigo triste, filho doente,
ou contas a pagar,
justificam um soneto.

Amor não correspondido
providencie um haicai.

Morte de quem se ama,
Comunica-se por dois quintetos
e três sextetos, alternados,
de versos brancos, simples.
Não se exija muito
em situações de dor.

E os momentos bons???
Estes, eu guardo para mim
e nunca registro.
Momentos bons são indescritíveis.

Não sei como explicar um beijo,
um buquê de flores,
o calor que vem do sexo,
o cheiro de chocolate,
o nascimento de um filho,
a sensação de um mergulho no mar,
uma tarde na rede, coca-cola bem gelada.
Não levo jeito para ruminar felicidade.
Agarro os momentos bons com energia
- pois tenho medo que eles fujam -
e os vivo intensamente.
E só.

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