23 de novembro de 2006

Hiroshima Sentimental


Descrição da imagem: a flor parece uma espiga branca, com grãos um pouco mais esparsados e mais pronunciados.

Hiroshima Sentimental
(23/07/1987)


Não faça de conta
Que como amigo já está bom
Se quando te olho
O que vejo são destroços
De mais uma ‘hiroshima sentimental’

As cartas amarelaram
Os lençóis desbotaram
E a flor cansou de ser viçosa
E de pedir paz e amor

Não junte o que restou
Não cole os cacos
Não salve o amor
Deixe-o afogar-se nas lágrimas
Antes que elas evaporem

A cama grita a saudade
O quarto reclama a ausência
O espelho perdeu o reflexo da dor

Sinais da fuga do sofrimento
Prenúncio do cansaço e do lamento
Falta das nossas formas 
Siamesas em sombra.

Amor gosta de penumbra
De se enquadrar 
Em cena imortalizada

Sombras implodem
Mas o estopim da bomba 
De sentimentos que alimentamos
Permanece intacto
Sempre acreditando em uma nova chance.

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