Hiroshima Sentimental
Descrição da imagem: a flor parece uma espiga branca, com grãos um pouco mais esparsados e mais pronunciados.
Hiroshima Sentimental
(23/07/1987)
Não faça de conta
Que como amigo já está bom
Se quando te olho
O que vejo são destroços
De mais uma ‘hiroshima sentimental’
As cartas amarelaram
Os lençóis desbotaram
E a flor cansou de ser viçosa
E de pedir paz e amor
Não junte o que restou
Não cole os cacos
Não salve o amor
Deixe-o afogar-se nas lágrimas
Antes que elas evaporem
A cama grita a saudade
O quarto reclama a ausência
O espelho perdeu o reflexo da dor
Sinais da fuga do sofrimento
Prenúncio do cansaço e do lamento
Falta das nossas formas
Siamesas em sombra.
Amor gosta de penumbra
De se enquadrar
Em cena imortalizada
Sombras implodem
Mas o estopim da bomba
De sentimentos que alimentamos
Permanece intacto
Sempre acreditando em uma nova chance.
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