20 de agosto de 2006

Brilho


Descrição da imagem: fundo escuro e desfocando. 
Ao centro, uma rosa vermelha cheia de gotas de orvalho.

Brilho

O jeito que me olhas
faz com que a minha estória
se pareça a de uma outra vida,
cheia de uma beleza,
e de uma luz, e de uma cor
que, de fato, não conheço.
Mas que cismasses que eu possuo.

Envolvida com tuas palavras,
no mais das vezes até esqueço
que são só dos teus olhos, e não do mundo
que me vêm esta crença de que tenho brilho,
de que vôo em solo
e de que, sem esforço, agrado.

Visto-me, todo dia, do brilho
que acreditas que em mim habita.
E com isso afasto a angústia que carrego,
a tristeza que me brinda, a morte que me sorri,
as perdas que coleciono...
Me acreditando aprazível.

Ao cair de cada noite, sou sua estrela.
Mas discreta e moderada.
Visto-me do brilho,
mas só do necessário para que de mim te encantes
e assim me perdoe os vícios, e me carregue o peso,
e me absorva em êxtase, e me reduza a fluidos.

Visto-me do brilho para que, por teus olhos,
eu também me veja venturosa,
e sobre tudo para me aliviar – acredite –
pois por teus olhos, menino,
penso-me capaz e cheia de encantos.
Um ser humano normal, portanto,
com iluminuras, como todos deveríamos ser.

E é nessa hora que a mágica de saber-me amada
transcende os nossos limites
invadindo os olhos dos terceiros.
Passo, assim, a ter brilho para corações alheios.
Tudo em razão do prisma dos teus sentimentos
que me presenteia com cores, tons e lustres
que nem bem conheço,
mas que conferem o olhar confiante
e sorriso largo que sempre quis ter.

Disso me encarrego – te digo em boa voz –
fazer-te para sempre,
ainda que fugaz e ilusoriamente,
afortunado e bem amado.
Pois ainda que cansada e dorida,
por meus próprios desencantos,
visto-me, em eterna missão,
todo dia, do mesmo brilho
para encher teus olhos
que me acreditam, me afiançam
e me convencem a prosseguir,
intrépida e audaz,
como eu sempre me quis.

6 Comentários:

Anônimo disse...

Eis que leio e vejo em cada linha o brilho que tão belo descreves deste teu admirador/inspirador do poema. Por tão lindos e precisos versos, senti-me invejoso, quisera te conhecer para também ver-te desta maneira que ele te vê, pois certamente externas todo o sentimento em teus textos que , em segredos, tenho acompanhado e admirado

Rita Mendonça disse...

Se não me conheces, foi por pura desatenção.
Vai ver, brilho menos do que afirmas, e penso eu na minha falsa modéstia. Rs!
Mostre-se, Rômulo.
Diga quem és e ao que veio, por meio dos seus não menos lindos poemas, que teimas em guardar para Deus e o diabo, a depender de tuas andanças embaixo do sol.
Beijo no coração.

Anônimo disse...

De muito bom gosto este poema, embora nem pela foto posso ver o brilho destes olhos, pois estás de costas. Se os versos são inspiração, são lindos, se realmente alguém te ver assim, é um felizardo puder conviver com tal brilho.

Rita Mendonça disse...

Eis que por me sentir amada, o brilho que se vê em mim, transcende o espaço e invade olhos de terceiros. Estou tendo brilho para olhos alheios???
Obrigada pelo respeitoso e cordial comentário.
Para ti, muita luz...

Anônimo disse...

AO ler, como o dissestes, tão respeitoso e cordial comentário, imagino agora porque noutro poema teu amidirador amaldiçooi a tecnologia, pois enquanto podia, beijava teus escritos ás escondidas, e pela internet ver a cada dia novos admiradores, este ai está com cara de 11..de 12.. . Mas, que legal, compartilhar com todos, tão belos escritos, tão bela pessoa, que modéstia à parte, não passou despercebido. Nem teria como.

Rita Mendonça disse...

Obrigada pela força e apoio necessário para que eu descobrisse a tecnologia.
Perdi um fã dos meus escritos!?
Tomara que não.
Tomara que às escondidas, para não perder sua fama de homem decidido, e ainda que maldizendo a tecnologia, ele ainda vasculhe os meus escritos virtualmente.
Suas impressões me são valorozas.

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