Duas gotas de delírio

Duas gotas de delírio
(13/11/1987)
Corro em direção ao solNa procura do que me dê forças
e sozinho não consegui encontrar.
Vou de carona num coração qualquer, de borracha,
que tem a forma que sonhei e nunca se rompe,
não pedindo alimento.
Ando de costas: tenho medo de traição.
Respiro fundo na esperança de purificação.
Tenho medo das palavras dos homens
Evito olhares que se cruzem e se choquem em dor.
Desvio os sorrisos que me causem espanto ou admiração.
Sei que sempre quero demais.
Mas tem muita coisa omitida em meu desejo.
Também sacrifico sonhos, coleciono frustrações.
Só que destilo tudo, e aí viram versos.
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