Da mais profunda pele
Descrição da imagem: flores silvestres, pequeninas, em tom vermelho, amarelo e rosado. Algumas em foco, outras fora dele. Uma borboleta em tons branco, amarelo e preto repousa sobre uma das flores.
Da mais profunda pele
Da mais profunda pele
Sinto-me de dentro para fora.
A permissão primeira,
o comando de invasão de mim
vem de um ponto onde só eu domino.
Lá, onde vivem minhas vontades.
Algum lugar incerto
localizado entre meu peito e o meu útero,
onde sou rainha de mim
e ninguém me dá ordens,
a não ser, o meu outro eu.
Afinal, somos de pólos duplos
nós os seres que teimamos
permanecer pensantes
em pleno século XXI
– que ousadia!
Sinto-te pelos poros,
pois assim permiti.
Não acredito em outra forma
de relacionamento amoroso,
que não a que nos invade
com uma certa violência e desordem
E foi assim, de dentro pra fora,
que preparei sua chegada.
Derrubando guardas, desfazendo medos
festejando silenciosa,
entre sobressaltos e mansidão.
Primeiro a alma, depois o corpo
– essa armadura que passou a solicitar tua presença
em ondas cíclicas de alegria.
Pronto: amo-te!