Tudo chegar ao fim. Encerro o blog "Palavras de Absinto".
"Não, não se doma o mar
como não se doma a vida
como não se domam os efeitos
dos raios gama
sobre a superfície acetinada do teu beijo.
Estamos sujeitos às mares
aos ventos, ao tempo, temperaturas
é inútil tentar a disciplina do desejo.
Tentei domar meu sentimento
a inconstância do meu temperamento
volúvel como são as lágrimas
mas sou tão vulnerável
às vazantes, desígnios, latitudes
aos ciclos e à força do mistério
Tente domar, disciplinar
não consegui
cedi na primeira noite enluarada
no fundo do quintal, atrás da caixa-d'água".
Bruna Lombardi
E com este belíssimo poema da Bruna - que eu adoraria ter escrito, pois me traduz - eu encerro este blog, que já não se justifica por si só.
O "Palavras de Absinto" me trouxe de volta um gosto pela escrita poética que eu havia convenientemente adormecido em mim por muitos anos que se somaram formando décadas.
Mas como tradução do amor e do desejo igualmente chega ao fim.
Cumpriu sua função. Me trouxe de volta ao universo das letras e dos sentidos. E preciso libertá-lo, como a tudo que amamos.
Agora, é prepará-lo para a publicação, missão da qual venho fugindo por pura acomodação, e para a qual já se ofereceram para ajudar tantos valiososo e talentosos amigos, que tornarão a jornada menos árdua.
Convido os senhores todos para continuar me acompanhando os sonhos e revelações.
Venham me visitar, em outro sítio, que inaugura uma nova trajetória de minha existência, não menos cheia de dúvidas, medos, alegrias, prazeres e descobertas.
O que os dedos silenciam, inauguram a minha vida atual. Dêem-me apenas uns momentos para organizar as idéias, e me visitem, para continuarmos a confidenciar o que nos parece vida.